Piso da enfermagem: estados e
municípios começam abril com recebimento de R$ 763 milhões
O maior valor foi para Minas Gerais,
com R$ 4.909.784,72 para execução estadual e R$ 106.751.606,49 para execução
municipal
Os valores complementares para o pagamento do piso da
enfermagem referentes ao mês de março já estão disponíveis para consulta. As
quantias específicas podem ser verificadas na Portaria GM/MS Nº 6.807, de 27 de
março de 2025, publicada na segunda-feira (31) pelo Ministério da Saúde. O
total a ser transferido chega a R$ 763.909.366,10, entre valores destinados a
execução municipal e estadual.
Os recursos são repassados todos os meses aos entes
federados e devem ser utilizados para pagamento do piso de profissionais
da categoria. Segundo o advogado especialista em direito médico, Josenir
Teixeira, é preciso, porém, que a aplicação dessa verba seja fiscalizada para
garantir que os valores cheguem aos trabalhadores.
“Os profissionais da enfermagem devem ficar atentos a
acompanhar o repasse que os municípios irão receber, para que os municípios
efetivamente repassem os valores às suas empregadoras, para que, finalmente, as
suas empregadoras paguem os valores dentro da folha de pagamento. Vamos ver se
realmente esses valores repassados pela União serão suficientes para cumprir o
que disse a lei”, avalia.
Municípios como Aracatu (BA) e Encantado (RS) receberão
mais de R$ 100 mil, cada. Para Maracanaú (CE) e Anápolis (GO), a previsão é que
sejam destinados mais de R$ 1 milhão.
No geral, o maior valor foi para Minas Gerais, com R$
4.909.784,72 para execução estadual e R$ 106.751.606,49 para execução
municipal, com um valor total de R$ 111.661.391,21. Na sequência aparece Bahia,
com R$ 74.942.693,57, entre valores de execução estadual e municipal.
Região |
UF |
Valor Transferido para Estado |
Valor Transferido para Município |
Valor Transferido em março - Total |
Centro-Oeste |
DF |
331.758,15 |
- |
331.758,15 |
Centro-Oeste |
GO |
5.096.257,26 |
12.026.950,14 |
17.123.207,40 |
Centro-Oeste |
MS |
1.691.782,42 |
10.036.260,22 |
11.728.042,64 |
Centro-Oeste |
MT |
1.937.258,35 |
9.210.414,01 |
11.147.672,36 |
Nordeste |
AL |
1.981.918,88 |
14.975.816,98 |
16.957.735,86 |
Nordeste |
BA |
24.166.024,26 |
50.776.669,31 |
74.942.693,57 |
Nordeste |
CE |
5.155.533,98 |
38.484.686,69 |
43.640.220,67 |
Nordeste |
MA |
14.786.183,33 |
42.257.499,77 |
57.043.683,10 |
Nordeste |
PB |
6.157.467,57 |
26.727.700,85 |
32.885.168,42 |
Nordeste |
PE |
34.965.994,83 |
28.315.136,37 |
63.281.131,20 |
Nordeste |
PI |
3.695.157,74 |
14.617.328,41 |
18.312.486,15 |
Nordeste |
RN |
4.620.993,01 |
17.272.183,49 |
21.893.176,50 |
Nordeste |
SE |
4.618.622,61 |
3.431.126,69 |
8.049.749,30 |
Norte |
AC |
2.458.163,83 |
1.042.302,51 |
3.500.466,34 |
Norte |
AM |
9.407.009,46 |
11.551.830,36 |
20.958.839,82 |
Norte |
AP |
574.197,07 |
4.042.437,97 |
4.616.635,04 |
Norte |
PA |
12.355.497,25 |
34.416.994,72 |
46.772.491,97 |
Norte |
RO |
1.165.712,20 |
5.705.467,82 |
6.871.180,02 |
Norte |
RR |
- |
922.774,73 |
922.774,73 |
Norte |
TO |
4.863.019,50 |
6.343.713,41 |
11.206.732,91 |
Sudeste |
ES |
9.115.324,18 |
7.734.994,96 |
16.850.319,14 |
Sudeste |
MG |
4.909.784,72 |
106.751.606,49 |
111.661.391,21 |
Sudeste |
RJ |
4.838.913,63 |
37.617.407,42 |
42.456.321,05 |
Sudeste |
SP |
15.237.143,70 |
32.835.804,20 |
48.072.947,90 |
Sul |
PR |
16.461.059,35 |
13.806.392,79 |
30.267.452,14 |
Sul |
RS |
11.161.753,04 |
15.959.715,08 |
27.121.468,12 |
Sul |
SC |
9.034.486,87 |
6.259.133,52 |
15.293.620,39 |
Total |
210.787.017,19 |
553.122.348,91 |
763.909.366,10 |
Frente
Parlamentar em Defesa da Enfermagem
No Congresso Nacional, a Frente Parlamentar em Defesa da
Enfermagem foi lançada com o intuito de defender o reajuste do piso salarial da
categoria e a redução da jornada de trabalho.
Uma das principais pautas do colegiado é a aprovação da PEC
19/24, que estabelece que o piso salarial dos enfermeiros, técnicos de
enfermagem, auxiliares de enfermagem e das parteiras refere-se a uma jornada
máxima de trabalho de 30 horas semanais. Atualmente, a proposta está em análise
no Senado.
De acordo com informações da Agência Câmara, o coordenador do grupo, deputado Bruno Farias (Avante-MG), afirmou que 90% dos profissionais de enfermagem atuam em hospitais públicos e que a carga horária de 44 horas semanais não é uma realidade praticada ao redor do mundo.
“A Organização Mundial de Saúde já emitiu um parecer dizendo
que o profissional de saúde só aguenta trabalhar 30 horas por semana. Vamos
buscar esse consenso, para que se chegue a um acordo com o governo federal, com
o Congresso Nacional, para adequar essa carga exaustiva, porque hoje a
enfermagem tem o maior índice de adoecimento mental do Brasil e do mundo”,
disse.
Ainda segundo o parlamentar, outra bandeira é o aumento do
piso salarial da categoria, em 10%. Atualmente, a legislação determina o piso
nacional de R$ 4.750 para enfermeiros, R$ 3.325 para técnicos e R$ 2.375, para
auxiliares de enfermagem e parteiras.
Fonte: Marquezan Araújo/Brasil 61